O que dizem sobre nós

Um mês de cada vez

Há alturas em que escrever sobre a maternidade é um desafio. Falta-me a inspiração – apesar de não me faltarem coisas para dizer – e porquê? Porque de repente parece que caí num poço de clichês.

Na realidade tudo o que nos dizem acaba por se confirmar. E aquilo que sentimos é visto de uma forma muito peculiar por quem nos rodeia : ou lhes é indiferente – porque não experienciaram nada do género e por isso não se conseguem relacionar, ou então desvalorizam porque “já sei”.

Ainda que cada bebé seja um bebé isto da maternidade é um processo evolutivo que acontece na mulher. E que de facto pode ter as maiores variáveis de acordo com as possibilidades de cada um. Ups… fui longe demais? Talvez. Mas acho mesmo que as possibilidade que temos ou a forma como as conseguimos gerir influencia um pouco a experiência. Não falo de Amor ou de sentimento – nunca entraria por aí. Mas o apoio familiar, a possibilidade de ter alguém a tratar das coisas ou ficarmos completamente ocupados com as tarefas domésticas e maternais influenciam o nosso nível de cansaço e a possibilidade que temos – ou não – de viver para além do pequenino ser. Eu acho que vivo num meio termo : não tenho ninguém a tomar conta dela e tenho uma pessoa que me ajuda em casa duas vezes por semana. Ainda assim sinto-me muito cansada, principalmente no espectro emocional. Já consegui compreender que é também uma questão de hábito.

A Vi é uma doçura. Com a chegada dos 3 meses as cólicas deixaram de dar sinal de vida o que facilitou IMENSO todo o processo. Ela dorme bem – acorda no máximo duas vezes por noite – e acorda muito bem disposta. Entretém-se bem sozinha e adora estar na cama dela e no muda-fraldas ( go figure… ) . Tenho sido um pouco rigorosa na forma como trato dela : claro que já entrou num centro comercial… e já perdi a conta à quantidade de vezes que entrou no IKEA mas evito ao máximo que seja muito estimulada : televisão nem vê-la – literalmente. E sempre que apanho o Pai a tentar distrai-la com a caixinha mágica mudo-a de posição. Sendo uma bebé calma e bem disposta – que adora a ouvir música e ficar a olhar para a roupa a baloiçar na corda do estendal, nem sempre é fácil trabalhar com ela em casa. É natural : se não lhe estou a dar leite, mudar a fralda ou um miminho… estou a lavar biberons, separar a roupa, orientar almoço ou jantar e a tentar arrumar alguma caixa. A hora do banho é sagrada : tento que entre as 19h e as 21h esteja despachadinha, depois adormece cedo e lá fico eu a lutar contra o sono e a tentar responder a emails.

As teorias que temos sobre os filhos e a forma de os educar transforma-se depois de nascerem. Lá se vão por terra as verdades absolutas e as certezas. Tenho sentido isso tanto com coisas simples do dia-a-dia como com coisa mais complexas : eu não me medico… e tive de perder as minhas manias e medicá-la antes das vacinas por não suportar o desconforto que senti na primeira toma.

Estou completamente apaixonada pela minha gordinha. Emociono-me muitas vezes ao perceber como está a crescer rápido, como de um momento para o outro começou a interagir connosco, nos dá sorrisos largos e gargalhadas toscas. Como quer absorver tudo e engolir o mundo com os seus olhinhos de azeitona. Fico tempos perdida a olhar para ela a dormir serena ou a tentar agarrar o seu elefante num malabarismo entre mãos, boca e pés. E não gosto de lhe negar colinho… porque continuo a ser eu que me derreto com a minha bolinha quente a respirar nos meus braços.

by A Melhor Amiga da Barbie