O que dizem sobre nós

E essa gravidez como está a correr?

Já perdi a conta à quantidade de vezes que comecei a escrever este texto.

Fui sempre interrompida por um pensamento, por uma memória ou por uma prioridade chamada Vitória.

Caramba… já passou um mês! A minha pequenita já tem um mês. E não há clichês suficientes para descrever todos os momentos. É uma verdade universal : o tempo passa a correr. Principalmente este primeiro mês que é uma espécie de bolha transparente onde há muito medo, muito amor, muita ansiedade e muito mimo.

Nunca pensei que escrever sobre este período fosse assim tão complicado. De repente toda a noção de tempo, rotina ou urgência se transforma. E a realidade é que, como muita gente me disse, já nem me lembro do tempo que passei internada ou em repouso absoluto : ou seja, lembro-me se usar algum tempo a pensar nisso. O que senti naquela altura é apenas uma memória. Assim sendo: aproveito para dar força a todas as pessoas que possam estar nessa situação… o famoso “cérebro de grávida” parece que se agrava com o nascimento de uma criança e esquecemo-nos de IMENSA coisa.

Mas… vamos lá! Depois de todo o turbilhão que foi o dia do parto os dias atropelaram-se. No hospital fui lutando contra o desconforto do pós-operatório de uma cesariana e aprendendo a tomar conta da minha bebé. Sabe o que dizem do instinto? É em parte muito verdade e acaba por funcionar para quase tudo. Penso que tinha mudado duas fraldas a vida toda e fazê-lo parece a coisa mais inata do mundo, fralda nova pronta, compressas com àgua, creme muda-fraldas e em 2 minutos a rotina está completa. O colo, o carinho, o aconchego… vamos aprendendo as duas o que funciona melhor connosco. O mais engraçado? Olhar para ela e realizar que aquele ser começou por ser um pontinho a piscar numa ecografia e que tinha evoluído desta forma… mais… tinha cabido assim dentro da minha barriga. Tudo isto pode soar ridículo mas a realização deste momento é pura magia.

Pelo meio houve a visita do Papa, um Benfica Campeão e o Salvador Sobral a vencer a Eurovisão. Saí do hospital “fresca e fofa” e a Amar pelos Dois eheh. Depois de uma viagem de carro bastante dolorosa ( muitas lombas e ressaltos que em nada combinam com uma cicatriz fresquinha ) cheguei a casa dos meus pais. Na bagagem trazia mais duas coisas : a minha menina e uma catrefada de hormonas prontas para me levarem para um canto e se transformarem em lágrimas de “terror”.

A ajuda nestes primeiros tempos é fulcral! Não ter de me preocupar com as minhas refeições ou com a lida da casa foi meio caminho andado para tentar recuperar parte da minha vida.

E sublinho: todos os dias uma nova aprendizagem.

Dizem que o primeiro mês é o mais complicado. Não posso assegurar isso. Penso que entrámos rapidamente num bom entendimento. Os primeiros tempos foram duros : a Vitória não aumentava de peso e as constantes visitas à neonatologia foram muito stressantes e cansativas, cada nova visita representava uma nova estratégia de alimentação e rotinas. E na balança não se registavam aumentos. Até que as coisas acabaram por funcionar. Cada grama era uma batalha ganha e temos ganho boas e deliciosas batalhas nas últimas semanas 🙂

A gravidez também me ensinou que nem sempre a nossa vontade ou aquilo que temos idealizado se concretiza. Aconteceu isso com o parto e com a amamentação. Neste momento cumpre-se um plano de aleitamento materno e suplemento. Uma pequena derrota para mim… mas que se esquece quando vemos que tudo está bem e que ela está a crescer. Sei que até hoje não desisti de dar maminha muito por culpa da enfermeira Célia que me acompanhou nas aulas de preparação para o parto. Utilizo muitas das coisas que aprendi lá, e uma troca de mensagens na primeira semana ajudou-me muito a não desmotivar. E numa das idas à neonatologia para pesar a pequerrucha acabei por ir pedir ajuda à enfermeira Lurdes ( que foi incansável no meu primeiro internamento ) e que me ajudou também nesta “luta” pela amamentação. O curso pré-parto também me ajudou a lidar com naturalidade com várias coisas que aconteceram na maternidade.

Sabem a sensação com que fico? O nascimento de uma criança é uma coisa tão normal – especialmente para estes profissionais de saúde que lidam com vários nascimentos por dia – que fica muita coisa por ensinar e por explicar. Foi nesse momento que aprendi a valorizar – ainda mais – o curso que fiz.

Já em casa ainda não se viveram dois dias iguais. Tentamos criar algumas rotinas, sendo que a mais estável é mesmo a do banho. E ela – que detestava o banho nos primeiros dias – passou a adorar este momento desde que começámos a usar a shantala! Águinha bem temperada, o quarto todo pronto, damos o banhinho tentando que ela aproveite o relaxamento e seguimos para uma sessão de massagens com o Creme de Corpo Mitosyl Tri-Active. Depois vem o leitinho 🙂 Optei pelo banho antes de jantar para depois podermos aproveitar esse momento com mais calma ( e com ela já a descansar ) .

De resto é impressionante como todos os dias se nota alguma evolução e crescimento! E há um misto de alegria e “pena” quando as roupinhas deixam de servir.

E querem saber um segredo? Não sei quem precisa mais de colinho. Se ela do meu ou eu do dela.

( texto escrito a 18 de Junho 2017 )

A Melhor Amiga da Barbie